O Brasil que vai bem.

O Brasil que vai bem.

2 de julho de 2020 0 Por Notícia Ágil

A covid-19 impacta a economia, mas o agronegócio vive o melhor de sua história. O tempo é de vacas gordas, mas a sustentabilidade não pode ficar de lado.

Nos últimos meses, o gaúcho Maurício De Bortoli, de 40 anos, tem se dedicado a decifrar cores. Elas o ajudam a interpretar a produtividade de soja em sua fazenda de 9.000 hectares em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul. Não é o olhar treinado desse representante da terceira geração de uma família de agricultores que entra em ação, mas sensores que, acoplados a sondas instaladas no solo, captam as ondas de luz emitidas pelas plantas e ajudam Bortoli a tomar decisões na lavoura.

Os sinais eletromagnéticos são enviados a um software que decodifica as cores das plantas e identifica a incidência de pragas ou a falta de nutrientes. “Com isso, é possível saber num estágio bem inicial se a planta está doente e o que é preciso fazer, usando fertilizantes ou defensivos na medida certa”, diz Bortoli.

A busca pelo detalhe fez com que a fazenda de Bortoli fosse a campeã em produtividade de soja no país em 2019 no concurso anual promovido pelo Comitê Estratégico Soja Brasil, uma das entidades mais respeitadas do setor. Sua propriedade produziu 124 sacas do grão por hectare (mais que o dobro da média nacional).

Atualmente, Bortoli produz cerca de 500 mil sacas de soja por ano na fazenda criada por seu avô Aquelino. Em 2018 e 2019, ele reinvestiu cerca de 15% do faturamento, superior a 100 milhões de reais, em novas tecnologias. O processo de gestão também foi aprimorado, com a criação de um conselho de administração e a contratação de profissionais do mercado em cargos de liderança.